AVALIAÇÃO – VIVÊNCIA ESTÁGIO III
Aluna: Francisca Maria Diniz
Polo: São Simão
Vivências de Estágio III
Percurso
Caminhando pelas ruas da cidade obedecendo a um trajeto traçado por mim onde tentei fazer estranho o que me era familiar. Descobri que neste confronto entre o familiar e o estranho existia muito a conhecer além do que me era familiar. Percebi que a arte me acompanhava a cada passo, minha visão passou a ter outro olhar, que a cidade tem muito a nos ensinar. A cada fachada havia uma informação a ser observada e refletida sobre o que funciona ali, e que a cada ambiente que antes era comum, agora eu podia ver com outra percepção, a de que ali existe uma cultura diferente de cada habitante e cada um com um tipo de arte que nos encanta e nos educa.
Porta de entrada
Foram várias as opções que tive em meu percurso me deixando às vezes confusa para escolher qual seria minha porta de entrada. Porém optei por escolher o atelier de Artes e comunicação Visual - Mirral Artes - por ali se concentrar um numero de diferentes trabalhos artísticos, e pelo proprietário ser um artista que desde pequeno tem uma carreira ligada à arte. Aprendeu a trabalhar com artes observando outras pessoas fazendo. Começou desenhando, depois pintando letreiros, e hoje além da arte manual também trabalha com a digital e outros. Em entrevista com ele me relatou que:
Quando criança desenhava como brincadeira;
Quando adolescente para me amostrar;
E agora adulto para ganhar a vida.
Para fazer a etnografia fiz várias visitas ao local, entrevistei o proprietário Emivaldo Lopes de Paula que tem o apelido de Mirral, conversei também com os funcionários e assisti a execução de alguns trabalhos. Onde pude conhecer a infraestrutura e o funcionamento do atelier que se encontra a Rua 70 Quadra 16 Lote 24 – centro – São Simão - Go
As atividades desenvolvidas no atelier são:
Cartão de Visita, Adesivos, Estampa em camisetas, Cartazes, Banners, Carimbos, Outdoor’s, Placas de Sinalização, Faixas, Painéis, Letreiros. Além de atuar na área de Pintura Predial e Industrial.
A sua clientela é variada, é qualquer pessoa que necessite de trabalho na área de arte ou comunicação visual.
A estrutura física é composta de:
3 salas sendo:
Escritório/recepção
Sala equipada com computadores, máquina para recorte (plotter e digital);
Sala maior para a parte de serigrafia
Banheiro.
Elaboração da proposta de Intervenção Pedagógica foi feita a fundamentação teórica com os artistas estudados nas disciplinas Ateliê de Arte e Tecnologia II: Diálogos Intermidiáticos e Ateliê de Poéticas Visuais Contemporânea e o texto das Cidades Educadoras. Onde escolhi para me basear na artista Jenny Holtz, o projeto foi elaborado para ser desenvolvido em espaço publico e trabalhar com o tema trânsito. Que seria um outdoor fixado em um lugar de grande circulação de pessoas.
Porém depois do processo de avaliação do projeto pelos professores orientadores Reijane e Rafael fizeram algumas alterações. Eles sugeriram mudar o tema, pois o tema Trânsito estava fugindo um pouco da proposta de cidade educadora no campo das artes.
Então decidi trabalhar com o tema: Como Vejo minha cidade, e trabalhar com pintura em um muro, trabalhando com um grupo de adolescente na execução do projeto. Onde usarei o Mirral como orientador na execução da técnica de pintura escolhida que é o estêncil. E assim faremos o trabalho em 2 momentos: primeiro reunirei uma turma de 10 a 15 adolescentes, dialogar e escolher com eles frases para a execução da pintura. E na segunda etapa executar a pintura do muro.
As discussões nos fóruns com os orientadores com esclarecimento a respeito da proposta foram de grande significação para a construção das etapas do projeto.
A realização da proposta saiu como planejamos havendo apenas uma mudança na execução da técnica que estava programada para ser o estêncil, mas o Mirral preferiu usar a pintura à mão livre.
Na primeira etapa fui até os garotos na sala de aula deles e falei sobre o projeto, o trabalho da Jenny Holtz, sobre o Mirral e a carta da cidade educadora, e no final eles falaram como viam a cidade. E diante das respostas foi escolhida a frase que pintaria no muro. O muro eu já tinha escolhido no local que fosse de fácil acesso para todos e de boa visualização para a comunidade, na Rua 30 em frente ao Colégio Presidente Costa e Silva.
O desenho foi feito pelo Mirral com a observação dos garotos e a pintura feita por eles auxiliada pelo Mirral.
Avaliação do resultado
Durante todo processo foram muitas expectativas e grandes aprendizagens. Aprendi que um projeto nunca está completamente pronto e que ele é criado e recriado a cada etapa desenvolvida, e que ajustes e mudanças são necessárias para a realização de sua execução.
Vejo como ponto positivo o envolvimento dos garotos com a pintura, todos queriam pintar pelo menos uma letra. A magia de pegar no pincel era envolvente, o encantamento de estar sendo orientado por alguém que sabe.
A curiosidade das pessoas que passam, param, contempla e elogiam, perguntam é gratificante.
Um dos momentos que posso ver como negativo talvez em relação a minha expectativa para que eles elaborassem frases mais criativas, mas percebi que alguns têm desinteresse ou preguiça para pensar.
Porém quando foi executar a pintura, a prática o interesse foi total, queriam fazer, perguntavam, observavam e ficavam comentando sobre a facilidade de manuseio do pincel que o Mirral tem.
O objetivo foi atingido, vejo que despertou neles um interesse pela arte, pelo fazer, perceberam que é fácil manusear um pincel, e ficaram encantados quando o Mirral ensinou a Natália a misturar cores em uma pintura abstrata.
Conhecer o trabalho do Mirral na prática vejo que despertou neles curiosidade.
Também pararam para pensar em sua cidade numa visão educadora onde podemos ver a arte com outros sentidos e em outros meios.
Enfim, apesar de todo correria o projeto foi um sucesso. O êxito pertence a todos os envolvidos, porém o Mirral teve um destaque com muita dedicação e atenção para com todos.